quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Não sou aquela que toca o violão ou canta a melhor música. Tão pouco aquela que faz as imitações e arranca gargalhadas na nossa roda de amigos. Se não reparar de direito, é capaz de nem me notar. Sou aquela normal, normalzinha de tudo, sentada um pouco mais distante, mexendo os lábios na hora do refrão e rindo de canto de boca das piadas que ninguém ouviu.

Não sou aquela que todos vêem quando chegam. Nem a que mais se veste na moda. Sou só aquela que respeita as cores, os movimentos e os olhares, desviando de alguns quando se encontram perdidos. Sou aquela que sorri primeiro de todo mundo, mas abaixa a cabeça para que poucos vejam. Sou aquela que entre retas escolhe a curva, entre as límpidas, escolhe as turvas. Sou a que se escondeu do mundo até encontrar você.

E aí que você apareceu.
Com palavras caladas, poesias cantadas e um sotaque bem meu, se só eu sei reconhecer.
Você me leu. Me despiu. Me rendeu. Me escreveu.
Transformou a minha prosa em rimas bem pequenas  e foi construindo com elas um reino.
Você virou meu vício, minha doença, minha redenção.


E se você quiser e, puder acreditar, posso pouco te oferecer.
uns livros surrados, uns poemas manjados, umas gotas de bem querer.
Se você quiser e puder. E puder se quiser.
Posso chegar devagar em cada palavra.
Sentar no canto esquerdo como sempre faço e ali ficar, até a ultima rima morrer.

Só sendo eu. Só sendo parte de você.

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